34º aniversário de elevação de Forjães a vila – dia II (01.07.23)

No dia 1 de julho ficaram concluídas as atividades evocativas do 34º aniversário de elevação de Forjães à categoria de vila, qua se haviam iniciado no dia anterior, conforme publicação já aqui feita.

Este segundo dia ficou marcado por um momento marcante para Forjães e o concelho, especificamente a cerimónia de certificação do Junto de Forjães, com a entrega do certificado de Unidade de Produção Artesanal e carta de artesã a Isa Joana Teixeira, tendo ainda sido entregues e apostas as primeiras etiquetas exclusivas para esta designação agora certificada.

A sessão, acontecida no Centro Cultural de Forjães, marcou o terminar do longo e exigente processo de certificação do junco de Forjães, Esposende, especificamente do processo de certificação da Unidade Produtiva Artesanal (UPA) desta artesã, sendo assim garantida a qualidade e o vínculo do território da cestaria em junco de Forjães, sendo as peças da sua autoria são devidamente reconhecidas através de etiquetas de certificação, numeradas sequencialmente e com o nome da UPA, atribuídas pelo organismo de certificação (A.CERTIFICA).

O ato ficou também marcado pela entrega das Cartas de Artesão de Mérito pelo CEARTE a Rosa Maria Pinto Brochado dos Santos, Maria Celina dos Santos Teixeira e Maria Filomena Mendanha da Rocha, que, não obstante já não se dedicarem à atividade, viram reconhecido o seu trabalho em prol do artesanato de junco.

A sessão iniciou-se com a intervenção do investigador Álvaro Campelo, a quem coube abordar o processo de elaboração do Caderno de Especificações e sua importância para a certificação, afirmando que se vivia “um dia histórico para Forjães”, na medida em que há um “reconhecimento da arte do junco”, e revelou o objetivo é que esta venha a ser classificada como Património Imaterial Nacional. Álvaro Campelo agradeceu ao Município o empenho no processo de cerificação do junco de Forjães e manifestou também o desejo de que outras artesãs possam associar-se ao processo. Conhecedor desta arte e das suas raízes, o investigador não tem dúvidas de que este é “produto com futuro”, atendendo a que “as pessoas o valorizam cada vez mais”, e afirmou que Esposende deve ter orgulho neste artesanato”, sobre o qual foi projetado um filme alusivo a esta atividade, com testemunhos de algumas artesãs de outrora.

A sua intervenção ficou ainda marcada pela apresentação de um filme, com depoimentos relativos ao processo, o qual poderá ver no final desta publicação, integrado no vídeo da transmissão, que foi transmitida em direto no Facebook da Junta de Freguesia. Este registo será em breve disponibilizado no site da Junta, no separador relativo ao Centro Interpretativo do Junco.

Seguiu-se a intervenção de Teresa Costa, da A.CERTFICA, entidade que atribuiu o selo de qualidade e autenticidade ao artesanato do junco de Forjães, que explicou o processo de certificação e, com a colaboração do Presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, fez a entrega da primeira etiqueta à artesã Isa Joana Silva, sendo que a entrega da segunda etiqueta coube ao Presidente da Junta de Forjães, Vítor Quintão, e a entrega da terceira ao Presidente da Assembleia Municipal de Esposende, Carlos Silva. Teresa Costa notou que “este é o 22.º produto certificado no Continente e o 2.º produto certificado na área de produção de fibras vegetais”, o que traz um valor acrescido a todo este processo.

Registamos que a primeira cesta certificada foi oferecida pela artesã Isa Teixeira ao Centro Interpretativo do Junco, isto depois da Junta de Freguesia de Forjães ter proposto a sua aquisição para integrar o espólio deste espaço, tendo as cestas 2 e 3 sido adquiridas pela Câmara Municipal de Esposende, para similar fim, no caso a sua exposição no Museu do Sargaço, em Fão, e no Posto de Turismo, em Esposende.

Em seguida, usou da palavra Fernando Gaspar, do CEARTE – Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património, que enquadrou a atribuição das Cartas de Artesão de Mérito às três artesãs de Forjães que já não estão no ativo, assinalando que configuram o reconhecimento do “saber fazer, da experiência e do conhecimento”. Trata-se, explicou, de um processo paralelo ao reconhecimento das UPA – Unidade Produtiva Artesanal, tendo-se procedido à cerimónia de entrega das cartas de artesãs de mérito à Mena do Rio e a Rosa Santos (Lita).

Terminada esta fase, usou da palavra Vitor Quintão, o Presidente da Junta, que referiu, de forma emotiva, “Estamos felizes. Hoje, uma vez mais, faz-se história em Forjães”, sublinhando que o processo de certificação da arte do junco fica associado às comemorações do 34.º aniversário da elevação de Forjães a Vila. Felicitou a recém certificada artesã pelo selo de autenticidade conquistado e manifestou a expetativa de que outras artesãs possam seguir os seus passos. Notando que falar de junco equivale a falar deste património tão representativo de Forjães, Vítor Quintão agradeceu a intervenção do Município para dar maior visibilidade a esta arte. A terminar, revelou que a Junta de Freguesia concebeu e produziu um saco para acomodar as cestas adquiridas no Centro Interpretativo do Junco de Forjães.

A sessão foi encerrada pelo Presidente da Câmara Municipal, o também Forjanense Benjamim Pereira, referindo que “É um prazer enorme estar aqui neste momento pleno de significado”, expressando satisfação por ver dar frutos o investimento do Município na preservação e promoção do artesanato do junco de Forjães. Em causa está, assinalou o autarca, o reconhecimento do património de Forjães e da sua comunidade, sendo, pois, de toda a justiça a concretização do processo de certificação, assim como ver reconhecido publicamente o trabalho de artesãs seniores. “O importante são as pessoas”, vincou, apontando o exemplo do Coro Sénior de Esposende como um projeto que dá palco e visibilidade à comunidade idosa, a quem muito se deve o desenvolvimento e o crescimento do concelho.

No final da sessão, para além da entrega de lembranças, houve lugar a um verde de honra e à visita da exposição “autores forjanenses” (pode ver imagens no link final), que estará patente no Centro Cultural até ao final das festividades da Romaria de Santa Marinha.

As comemorações encerraram com uma celebração eucarística, na Igreja Matriz, presidida pelo Padre Afonso Soua (natural de São Romão de Neiva), em homenagem a todos os autarcas falecidos, que contribuíram para o atual estado da nossa vila, seguindo-se uma romagem ao cemitério, com deposição de uma coroa de flores, lembrando todos os Forjanenses falecidos, referiu Vitor Quintão, quer estejam aqui sepultados ou noutras terras, onde dignificaram o nome de Forjães.

Poderá consultar nos links abaixo alguns registos deste segundo dia de celebrações, destacando-se, no caso do vídeo, os seguintes tempos/ intervenções: