NOTA DE PESAR – ANTÓNIO FERNANDO COUTO DOS SANTOS (1949 – 2025)
A notícia do inesperado falecimento do Forjanense António Fernando Couto dos Santos apanhou-nos a todos de surpresa. Incredulidade foi a primeira reação de muitos quanto à partida inesperada deste extraordinário Homem Forjanense.
O choro e o lamento continuam a ecoar, em Forjães, sua terra natal, e em todo o país, pois é figura relevante, deixando um enorme vazio no cenário político e empresarial.
Em termos oficiais, esteve connosco, em Forjães, nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, numa tertúlia promovida no Centro Cultural Escolas Rodrigues de Faria. Juntamente com o Capitão de Abril, Coronel Castro Carneiro, recordou as suas memórias da Revolução do Cravos. Apresentamos, em jeito de reconhecimento, os registos desta ultima participação pública na sua terra natal, para o desenvolvimento da qual muito contribuiu, como foi reconhecido, a 10 de dezembro, na Tertúlia em que se recordou os 40 anos da abertura da então Escola Preparatória de Forjães.
Mais recentemente vimo-lo no Dia de Todos os Santos, no nosso cemitério, onde lembrava seus pais, sendo frequente a presença na sua terra natal, sobretudo junto do irmão Manuel.
A sua ligação à terra natal, bem como ao concelho, foi uma constante ao longo da vida, refletindo-se no seu compromisso com o desenvolvimento local e nacional. A comunidade de Forjães recorda-o com orgulho, reconhecendo o impacto significativo do seu trabalho tanto na política como na promoção da cultura e economia locais.
A sua partida deixa um vazio profundo em Forjães, no concelho de Esposende e junto de todos os que com ele lidaram, bem como no panorama político português, como está a ser amplamente divulgado na comunicação social, com testemunhos de índole diversa.
O seu percurso, trilhado a pulso, a sua postura, a sua dedicação e capacidade de abraçar novos desafios, são marcas que permanecerão na memória coletiva, servindo de inspiração para futuras gerações, relevando aqui o não virar a cara a luta, a desafios difíceis, como foi a sua passagem pela Educação, num momento muito conturbado e a convite do então Primeiro-Ministro, Aníbal Cavaco Silva.
Nascido numa família humilde, em 18 de maio de 1949, em Forjães, jovem rumou a Lisboa, onde frequentou o ensino secundário no Liceu Passos Manuel, tendo-se licenciado, já enquanto trabalhava, em Engenharia Química no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa.
Couto dos Santos, falecido aos 75 anos, foi por três vezes ministro de Aníbal Cavaco Silva, gerindo as pastas da Educação, Assuntos Parlamentares e da Juventude. Antes, havia desempenhado os cargos de Secretário de Estado da Juventude, Qualidade de Vida e Ambiente.
O antigo governante foi também deputado pelos distritos de Setúbal (1987-1994) e de Aveiro (2009-2015), presidente do Conselho de Administração (CA) da Assembleia da República (2011-2015), presidente da Comissão Parlamentar de Saúde (2009-2011) e vice-presidente da mesma comissão (2011-2015).
A nível empresarial, esteve na Quimigal (1983-1985), foi presidente executivo da Associação Empresarial de Portugal (1995-2007 – antiga Associação Industrial Portuense), integrou o CA do Hospital da Amadora (1995-2003), presidiu à Casa da Música no Porto (2004-2005 – tendo sido o responsável pela conclusão das obras e pela abertura da sala de espetáculo ao público em 15 de abril de 2005) e foi membro de diversos órgãos sociais na área dos media, comunicações, construção, energia e ambiente), tendo sido ainda consultor nas áreas de Energia, Ambiente e Saúde.
Como vice-presidente executivo da Associação Empresarial de Portugal, onde trabalhou por 13 anos, liderando projetos em empresas como o Europarque, a Exponor, a Eurisko, a Parque-Invest e a Exponor, empreendendo, fruto da sua ação, visão e foco com o crescimento empresarial, mecanismos de inovação e desenvolvimento dos negócios no país, como várias entidades reconheceram.
Destaca-se, também, a sua ação como Presidente da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses entre 1988 e 1991 tendo ainda sido vice-presidente do clube do seu coração: Sporting Clube de Portugal.
Este ilustre forjanense desempenhou, ainda, as funções de cônsul honorário da Rússia, no Porto, tendo apresentado a sua recusa ao lugar em 26 de fevereiro de 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Teve, como é reconhecido de forma unânime, uma carreira notável na política portuguesa, destacando-se como engenheiro químico e servindo a causa pública, onde, como deputado pelo Partido Social Democrata (PSD), em múltiplas legislaturas, mostrou enorme eficácia, pragmatismo e dedicação.
A ele se deve, por exemplo, e quando foi Presidente da Assembleia Municipal de Esposende (nos mandatos 2005-2009 e 2009-2013), a realização das suas reuniões desconcentradas, em diferentes freguesias do concelho, procurando aproximar os cidadãos dos centros de decisão.
Estamos certos que a comunidade de Forjães e do seu concelho o recordará, sempre, com redobrado orgulho, reconhecendo o impacto significativo do seu trabalho tanto na política como na promoção da cultura e economia locais.
A Junta de Freguesia, bem como a Assembleia de Freguesia de Forjães, apresenta os votos de sentido pesar a toda a família, assumindo que o fazem em nome de uma comunidade que chora a perda do seu ente querido.



