FORJÃES PRESENTE NA ABERTURA DA EXPOSIÇÃO “URDIR O JUNCO”

Na passada 6ª feira abriu ao público, no Museu Municipal de Esposende, a exposição fotográfica “Urdir o Junco”, que retrata o labor artesanal das esteireiras de junco de Forjães, cerimónia em que esteve presente uma das esteireiras retratadas no livro, a “Mena do Rio”, bem como o presidente da Junta, Vítor Quintão e o Presidente da Assembleia de Freguesia, Carlos Gomes de Sá. A exposição que poderá ser visitada nos próximos meses em Esposende, será depois para o Porto, assumindo-se como uma forma exemplar de promoção do junco de Forjães, fora de portas, e numa altura em que o território é visitado por milhares de forasteiros, pelo que este é cartaz promocional da arte do junco a relevar!

O Museu apresenta condições magníficas para esta exposição, que ali ganha ainda mais impacto e notoriedade, pelo que se convida toda a população a visitar o espaço.

Uma mostra de “cores e texturas”, como referiu o autor das fotografias, o conceituado fotógrafo Juan Pablo Moreiras, cujo trabalho tem ilustrado numerosas exposições e publicações, de cariz internacional.

Álvaro Campelo, Comissário Científico da exposição, destacou o novo olhar que tem incidido sobre a arte do junco, o qual tem permitido dar a conhecer e conferir beleza e valor ao que antes eram vistos como “objetos utilitários que foram sinónimo de dor e de sofrimento”. A propósito da mostra, referiu que a imagem traz conhecimento, que transporta histórias de vida e se reveste de emoção, destacando, assim, a “relação a relação emocional com a arte e o património”.

Louvando o trabalho do Município na promoção e preservação da arte do junco, a exemplo de outras vertentes culturais e patrimoniais, como é o caso da apanha do sargaço, Álvaro Campelo expressou confiança no futuro, considerando que “os mestres têm muito a dizer às nossas escolas”, ou seja, na transmissão do conhecimento e do saber fazer.

Concluiu a sua intervenção com agradecimentos a todos quantos contribuíram para a exposição e vincou que sendo este um trabalho de um “fotógrafo excecional, tão consagrado, já é uma internacionalização” da arte do junco.

Esta exposição acolhe, em complemento, peças da mostra “Água Terra Fogo”, que resultam de trabalhos produzidos ao longo das últimas quatro edições do projeto académico “‘Design’ e Território” da ESMAD (Escola Superior de Media Artes e Design, do Instituto Politécnico do Porto). Com curadoria de Abel Tavares e coordenação de Olívia Marques da Silva, é uma viagem entre as terras raianas do Nordeste Transmontano até às ardentes paisagens do Baixo Alentejo, passando pelos juncais no prado salgado do Cávado.

O Presidente Benjamim Pereira manifestou total disponibilidade para dar seguimento a quaisquer projetos que possibilitem “projetar para o exterior aquilo que de bom temos”. Vincou que o Município tem feito um enorme investimento nas áreas da cultura e do património, por se tratar de “um ativo financeiro para o desenvolvimento do concelho”.

Sobre a exposição “Urdir o Junco”, referiu que “é uma espécie de complemento do Centro Interpretativo de Arte do Junco”, sediado no Centro Cultural de Forjães, um equipamento que decorre da estratégia cultural do Município de valorização e preservação do património imaterial, de que são exemplo a arte do junco e a apanha do sargaço, que motivou a criação do Museu do Sargaço, em Apúlia.

Como complemento à exposição, foi editada a publicação “Urdir o Junco | As mulheres esteireiras de Forjães”, com fotografias de Juan Pablo Moreiras e textos de Abel Tavares e Telma Enes Oliveira, de Álvaro Campelo e de Paulo Guerreiro, financiada ao abrigo do PROVERE, no âmbito da candidatura NORTE-06-3928-FEDER-000021 – Touring Cultural – Artes e Produtos Tradicionais.

Mais informações e fotos no site do Município, de onde foi extraída esta informação e algumas das fotos:
Museu Municipal de Esposende apresenta exposição fotográfica “Urdir o Junco” | Município de Esposende